sexta-feira, 26 de junho de 2009

Vida e poesia de Angelus Macarius

Falar do Macarius em uma dialética firme sem as farpas engraçadas de sua convivência é um desafio que encaro como um dos mais difíceis. Esquadrinhando sua alma de artista por vocação não é sabido se vou conseguir chegar a algum lugar perto de sua sagrada morada com o Divino nem tão pouco a proeza de fugir de seus demônios. Penso que as curvas sinuosas de sua existência assim como seu trabalho com a arte eclodem várias radiações, sejam elas na música como bandeira maior de seu trabalho, encarnando por muitas vezes a alma mística de Jim Morrison e outros tantos que o circundam a cima do palco quando o êstase que ele tanto gosta de experimentar o invade, forças ocultas são invocadas e testemunhadas pela platéia em seu giro noturno rasgando a madrugada com timbres ascedentes e descendentes tal qual a nona sinfonia de beethoven Macarius percorre notas depressivas arrastando para o lado mais sombrio da alma a beleza da incerteza e ao mesmo tempo surge a luz e seus infinitos tons nas canções de amor como o fragmento da composição:" ìndia hindu mulçumana, árabe latina americana.." evidencia o músico dublé de poeta e escritor fazendo o que mais gosta: cantar, escrever, reunir, misturar e no final separar tudo de novo e voltar a solidão da meditação onde tudo começou e onde tudo acabou. O velho espectro Punk já arraigado como raízes de uma árvore que ora fica de pé, ora se deita é a elasticidade necessária à beleza de suas composisões autorais. Uma eterna busca incansável do único caminho como falou Tilopa Mercurio, a questão é ( e ele sabe bem) que dentro do único caminho existem vários caminhos, alguns atalhos e encruzilhadas, sua raiva, ira, rebeldia e olhar sereno e maduro dão eficácia ao ofício da arte. Saber se degladiar com a ilusão e a realidade sem querer colocá-las em pratos separados é certamente o grande segredo, a maior essência de Angelus Macarius.
Que a verdadeira cor da rosa continue brilhando no deserto de nossos espíritos amigo.

MAGNO MARTINS

Um comentário:

  1. valeu carissimo poeta...belissima e comvente radiografia desse "trapesista do tempo e da liberdade" como Sandro Alves gosta de me chamar...Estamos todos em trapesios , e é tão belo...O risco da queda ou a possibilidade de descobrir novos manobras no voo rumo ao infinito...abç poetico magno martins.

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"fazer do inalcansavel o unico caminho.Do impronuciavel , unico nome digno de pronuncia.Do silencio , um dialogo.Da profundidade escura do ser , Luz.Do inexplicavel , a suprema experiencia.Do vazio sagrado , um preencher.São esses os meus objetivos vocacionais.O resto é passatempo."Tilopa Mercurio.