domingo, 23 de janeiro de 2011

"A banda mais malvada da noite!"

Sobre a saida de Angelo Macarius da banda Lotus Negro




Amo o rock and roll, apesar de não escutar muita coisa que escutava com 15, 16, 17, anos, e apesar de continuar escutando muita coisa que escutava com 15, 16 e 17 anos, eu amo o rock.O problema é que também amo as musas , esses maravilhosos mitos responsáveis pelos processos de criação artística e cientifica , filhas da fonte de todos os fenômenos e todas as personificações de tais fenômenos da natureza e do universo...Por tanto, amo Euterpe tanto quanto amo todas as outras, e euterpe, ama toda a musica que acresce alguma coisa a evolução da humanidade.O rock foi muito importante nesse processo, o rock pode ter impedido a hecatombe nuclear, uma vez que os valores que o rock levantava a principio, eram de total desprezo a autoridade militar e de total apresso ao “amor livre “ e etc. Acontece que euterpe também ama a musica clássica, musica essa que precisa de ouvidos refinados para a apreciação, ama a mpb, ama as musicas que se prestam a elevação espiritual e etc.ou seja Euterpe é a musa da musica, e como tal, ama o primeiro grunido acidental que o homem primitivo intuiu para dar inicio a primeira musica, o primeiro assovio que o ancestral histórico deu no intuito de curar, o primeiro cântico que o mesmo ancestral histórico identificou como veiculo de comunicação com a natureza das coisas e a sua própria.Portanto, mesmo sendo grande apreciador da obra de Raul Seixas, não posso mas sustentar o titulo de rockeiro, titulo esse que nunca me coube na verdade, sou averso a títulos, creio que nenhum me caiba.
A muito não me agrada subir o palco defendendo essa bandeira do rock, por que embora euterpe ame o rock, não sei se ama a industria musical que tem levado a musica a um estado de mediocridade sem tamanho.Não digo isso em relação ao Lótus Negro, nos nunca fizemos um som comercial nos moldes da atual industria, não, nos sempre fomos combativos, e eu sempre fiz o papel de trovador e bobo da corte, desafiando normas, regras e valores sociais caducos.Chegamos a ser chamados de "banda malvada da noite!"O fato é que de repente me vi muito comportado em comparação com aquele que um dia fui, passou a me interessar muito mas as questões filosóficas e espiritualistas, que já eram de meu interesse, do que a causa urbana e coisas do gênero.O fato é que não posso enganar a mim mesmo e nem aos meus parceiros, nem tampouco aqueles que acompanharam o trabalho da banda...já não sirvo mas para isso, já não me sinto inserido no contexto rocker.Tenho visto meninos tocando rock, fundindo rock com samba e etc, e isso tem me agrado muito, por que eles estão no tempo deles, na idade certa, com o frescor certo pra coisa, e com toda aquela entrega ao palco que te faz perder uns quilos.O Darshan mesmo é um exemplo disso, e já mas esquecerei as palavras do Oliver nã seletiva do porão do rock.O Sergio estava lá para filma los, e quando decemos do palco, o Sergio brincando disse:"olha o pai do Oliver ai!".E o Oliver respondeu:"Não, esse é meu professor".Os alunos costumam superar seus professores, e digo isso não por que creia que o Darshan seja tecnicamente superior ao Lotus Negro, nada disso, acho que rock não tem muito haver com tecnica, mas com filling, com entrega, com paixão,e tenho visto muito mais paixão neles que em mim, mas fico feliz de ter inspirado tanta paixão musical a um puta cantor de rock. a musa me impulsiona a seguir outros caminhos.Como diria o balseiro de “SIDDHARTHA ,romance que eu tanto amo de Hermman Hesse, “A vida é como o rio...tudo sempre volta!”
               Creio que voltei a pensar como pensava no momento mas espiritualizado de minha vida, voltei para um caminho que abandonei há alguns anos, e tudo em minha vida agora tem que estar de acordo com esse caminho.Vou fazer musica sem que estilo y ou z importe muito, muitos ritmos estão inseridos em minhas novas ideias, o rock é apenas um deles, por que como ia dizendo, eu amo o rock, mas não posso mas deixar que esse amor me limite, porque eu já não caibo em mim, estou transbordando de paixão pela musica das esferas celestes, e instrumento nenhum vai reproduzir oque já ouvi em momentos de meditação e relaxamento, mas podemos eu e meus novos parceiros pelo menos chegar perto.
Desejo sorte aos meus parceiros do Lotus Negro, tivemos ótimos momentos, momentos memoráveis, momentos que vou levar comigo como uma concha a abraçar sua pérola...Nossa, como tivemos belissimos momentos...
...que o Lótus venha a brotar um dia...
 Angelo Macarius

sábado, 1 de janeiro de 2011

Video clip de "Livro de cabeceira"!

Quando assisti Livro de cabeceira de Peter Greenaway, em meados de 1998, fiquei tão impactado que escrevi uma poesia...depois, a poesia foi picotada algumas vezes para caber na musica que batizei com o nome do filme que tanto me encantou e chocou...a poesia original se perdeu no limbo do tempo...mas o video clip nasceu hoje, depois de alguns dias de trabalho de parto entre captar imagens, monta las , edita las e etc.eis o recem nascido...




Livro de cabeceira

Por Angelo Macarius

Não se vá
Antes de tatuar
Em meu corpo com a língua
Desenhos e raikais
Não se vá
Antes de me deixar
Eternas lembranças
E talvez algo a mais

Minha gueixa
Minha bailarina
Tatua em mim
Aquela esquina
Aonde nos esbarramos
Da primeira vez

Serei seu livro
De cabeceira
Serei sua marca
A vida inteira
Quem sabe a obra
E a autora
Um dia ainda possam
Se encontrar

Minha gueixa
Minha bailarina
Tatua em mim
Aquela esquina
Aonde nos esbarramos
Da primeira vez

Serei seu livro de cabeceira
Serei sua marca
A vida inteira

Quem sabe a obra
E a autora
Um dia ainda possam
Se encontrar
E se esbarrar

9=0

9=0
"fazer do inalcansavel o unico caminho.Do impronuciavel , unico nome digno de pronuncia.Do silencio , um dialogo.Da profundidade escura do ser , Luz.Do inexplicavel , a suprema experiencia.Do vazio sagrado , um preencher.São esses os meus objetivos vocacionais.O resto é passatempo."Tilopa Mercurio.