sexta-feira, 26 de junho de 2009

Vida e poesia de Angelus Macarius

Falar do Macarius em uma dialética firme sem as farpas engraçadas de sua convivência é um desafio que encaro como um dos mais difíceis. Esquadrinhando sua alma de artista por vocação não é sabido se vou conseguir chegar a algum lugar perto de sua sagrada morada com o Divino nem tão pouco a proeza de fugir de seus demônios. Penso que as curvas sinuosas de sua existência assim como seu trabalho com a arte eclodem várias radiações, sejam elas na música como bandeira maior de seu trabalho, encarnando por muitas vezes a alma mística de Jim Morrison e outros tantos que o circundam a cima do palco quando o êstase que ele tanto gosta de experimentar o invade, forças ocultas são invocadas e testemunhadas pela platéia em seu giro noturno rasgando a madrugada com timbres ascedentes e descendentes tal qual a nona sinfonia de beethoven Macarius percorre notas depressivas arrastando para o lado mais sombrio da alma a beleza da incerteza e ao mesmo tempo surge a luz e seus infinitos tons nas canções de amor como o fragmento da composição:" ìndia hindu mulçumana, árabe latina americana.." evidencia o músico dublé de poeta e escritor fazendo o que mais gosta: cantar, escrever, reunir, misturar e no final separar tudo de novo e voltar a solidão da meditação onde tudo começou e onde tudo acabou. O velho espectro Punk já arraigado como raízes de uma árvore que ora fica de pé, ora se deita é a elasticidade necessária à beleza de suas composisões autorais. Uma eterna busca incansável do único caminho como falou Tilopa Mercurio, a questão é ( e ele sabe bem) que dentro do único caminho existem vários caminhos, alguns atalhos e encruzilhadas, sua raiva, ira, rebeldia e olhar sereno e maduro dão eficácia ao ofício da arte. Saber se degladiar com a ilusão e a realidade sem querer colocá-las em pratos separados é certamente o grande segredo, a maior essência de Angelus Macarius.
Que a verdadeira cor da rosa continue brilhando no deserto de nossos espíritos amigo.

MAGNO MARTINS

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Banda Lotus Negro será homenageada as 19H desta sexta...

  Tudo bem , 99 outros artistas serão homenageados , mas a minha banda?É inacreditavel.NINGUEM FOI MAS COMBATIVO DO QUE NÓS NA ÉPOCA DA GESTÃO RORIZ PARA COM A DITADURA CULTURAL QUE ESSA CIDADE VIVEU SOB O COMANDO DO REFERIDO...O INTERESSANTE É QUE NOS , APESAR DISSO , CONSEGUIAMOS ESTAR SEMPRE NOS PALCOS DO GDF...To começando a crer que realmente estamos nos tornando um pais democrático...Mas é isso...nessa cidade eu estou entre os 100.eu sou o melhor dos piores e o pior dos melhores...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Primeira projeção de Homilia no auditório de Iesb...huhuuuu!



  O motivo de eu estar escrevendo isso agora , é que estou demasiadamente exitado para dormir...Motivo , assisti hoje a primeira exibição de Homilia , aquele dito curta que eu fiz a canção original e a instrumental...Estava temente de que a musica funcionaria...e funcionou...A temática muito me agrada.Fé versus razão , dogmatismo versus instinto , maniqueísmo versus vontade.Vejo tudo muito metafórico.A historia é a seguinte.Num futuro próximo , um padre visita um condenado a morte no intuito de tomar-lhe a confissão...Padre e condenado são na verdade velhos conhecidos.O crime do condenado foi infanticídio.O prisioneiro julga saber de um segredo divino e o dialogo torna se cada vez mas conflitante até chegar a um final surpreendente.Bom não vou falar de minhas percepções metafóricas , cada qual que ao ver o filme(não sei quantos terão oportunidade de velo , só sei que aposto muito nele ) formule suas expressões... Estou mexido , tocado e satisfeito.José conseguiu fazer do curta uma obra de arte , impactante , daquelas que agride o reacionário e que é capaz de arrancar lagrimas(flagrei uma espectadora enxugando as lagrimas quando a luz se acendeu.)Tenho só a agradecer o José pelo convite e o Eladio por ser meu parceiro de arranjo... Agora tenho que realizar o meu próprio filme...Minha primeira experiência em direção.E confesso que já a muito tempo não sentia medo de um projeto.Atuar , dirigir e fazer a trilha...Tô louco pra filmar logo pra poder fazer essa barba...
ABRAXAS

terça-feira, 16 de junho de 2009

Lotus Negro convida...


Venham todos curtir "a banda mas malvada da noite" , como foi publicado no site "alucinaticos" na ocasião do primeiro Rolla Pedra, e mas AMIGOS DO VEI e COYOTE GUARÁ.Sem delongas...

A poesia de Elisabeth Victoria Rachaus

Poetisa de mão cheia , a mas viceral e passional que conheci.




Musa da Madrugada


por Elisa Rachaus






Qual musa é essa que em madrugadas me abala a alma?


Que transluzi em mim os raios enluarados,


Verte minhas palavras em cristais azuis,


E perolas enfeitam o derredor da via láctea.






E vem a brisa me gelar a alma na solidão...


Palavras se arrastam por esquinas da saudade,


Escritas por uma mão sobre a minha,


Pela nevoa do acaso que se dilata em versos.






Quando invoca letras ao infinito,


Desnudando meu eu,


Clamando,


Surge você devorando minha alma,


Atordoando meu viver.


Matar a musa que existe em mim,


Mataria você que me fazes existir.






E todos os campos floridos,


Pintados em horizonte perdidos,


Perderiam aromas e cores,


Sem a mão da musa,


Que apalpa corações.


Abafaria o florescer do verso


Que emana teu perfume.






Assim madrugadas intensas,


Percorrem minha alma,


E mão sobrepostas falam de minha saudade,


Jorram o delírio do querer,


Em rios cristalinos,


De quedas sem fim.






Finda a musa,


No descarrego da opressão,


A calma do amanhecer,


Em gorjear de pássaros amanhecidos,


Despedindo-se do encontro perfeito,


Da mão sobreposta a escrever,


Meus delírios de amor eterno.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

"É função do artista violentar!"...ou um delirio



"É função do artista violentar"
"É função do artista violentar"
"É função do artista violentar"
"É função do artista violentar"
"É função do artista violentar"




Glauber Rocha.







  DIZIA rAUL, PrEfirO sER EsSa MetamorfoSE AMbulantE...ter sempre a mesma opinião é realmente chato pra caralho.

"lEROS BOLEROS, TRAGA BRANCO SEU SORRISO, EM QUE RUA EM QUE CIDADE, EU FUI MAS FELIZ?LEROS BOLEROS, MUSICA EM SUA VIDA ,os acordes dissonantes / estão na raiz/ dos meus cabelos no inferno / do meu sorriso de adeus / vou me fazer de moderno / no meu encontro com Deus"
Sergio Sampaio.

``no principio era a iniciação...a carne não vale nada``
Um certo Edward Alexander de Cambridge.

O amor quando declarado em demasia torna se gasto
Pois que a casa do amor é o silencio.
Dizia Rimbaud , "A primavera me trouxe o riso horrível do idiota"
quanto mas se crê ser possível essa coisa de razão, mas idiota se torna , menos fragrância traz a primavera, pois que foi dito em algum apócrifo, "todos tem razão , ou ninguém tem"...
Como por vezes é difícil sofrer dessa condição de poeta...querer traduzir o intraduzível , ansiar regurgitar o vácuo , estar aberto a sentir a angustia de outrem , concordar um dia e descordar no outro da sentença escrita na parede da celebre foto de contra capa do livro "torquatalia" de Torquato neto.estava ali escrito :"A PURESA É UM MITO"...
E agora a própria fluência da historia propõe o óbito da revolução.A revolução morreu.Não teremos mas pessoas do calibre de Torquato , Glauber Rocha , Jhon lennon , Bob dillan , Bob Marley , Chico Mendes...não sitei nessa lista Mariguela, Guevara , HO CHI MING , por que não dou mas importância ao discurso revolucionário político.todas as revoluções políticas fracassaram.mas aonde estão os rebeldes que queriam mudar o mundo a partir do seu próprio fogo interior , aqueles que propunham a revolução espiritual e cultural?Vivemos a era do individualismo absoluto , não se pensa mas em favor do coletivo...ai como é lamentável...quem mas alem de mim está velando esse cadáver esplendoroso?acredito que muitos, embora não tenhamos muito tempo, embora a era da velocidade nos consuma.Se Rajneesh estava certo, os 10000 mil Budas já estão entre nos...por que ainda se escondem? Ou estão se procurando e procurando uns aos outros?
Estava ali na celebre foto: "PURESA É UM MITO"
EU AMO TODOS OS MITOS...MITOS SÃO PONTES PARA VERDADE INTERIOR...TALVEZ POR ACIDENTE, UM DIA POSSA ESBARRAR COM A PUREzA...

aNGelO MaCAriUs





insistindo..."É FUNÇÃO DO ARTISTA VIOLENTAR!"

Torquato sabia bem disso...subvertia até a condição do vampiro a diurna mesmo querendo fazer nos entende la noturna...por que digo isso?Não sei bem se é função dessa pagina informar...creio que seja mas levar quem está a curiar a realmente curiar, procurar  referencias nacionais e etc...bom , lá se vão 3 trabalhos de Thor4 que gosto muito...só pra aguçar...


PESSOAL INTRANSFERÍVEL




escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. é o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. nada no bolso e nas mãos. sabendo: perigoso, divino, maravilhoso. poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. difícil é não correr com os versos debaixo do braço. difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. e sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, "herdeiro" da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. citação: leve um homem e um boi ao matadouro. o que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. adeusão.

QUANTO MAS EU REZO

quanto mas eu rezo
mais assombração me aparece
eu sou feiticeiro de nascença
quanto mas eu rezo
mais eu creio em minha crença
e atras dessa resistencia
tenho o meu corpo cruzado
orgulho não vale nada
atrás dessa reticência

CHAPADA DO CORRISCO

Se eu disser que eu quero ir até
Do outro lado do mar
Não acredite
Eu vou querer
Ficar

Se eu disser que quero ir até
Do outro lado de LÁ
Não me pergunte
Não vou querer falar

As Sete Cidades mortas
Sete pedras, sete portas
No caminho da chapada do corrisco
De onde eu vim

Meu lugar é minha vida
Esta noite é tão comprida
Tão antiga, ai de mim
Oh, se eu disser...

poi zé, é isso ai...curioso pra ler o livro do Tom Zé ,oque vc acha José?Na verdade gosto da biografia escrita pelo Kenard.Tem muita coisa do Torquatalia...Agora, circula um outro por ai que "pra mim chega" ,bacana , legal...só é de lascar o cano essa historia de insistir em pederastia quando o papo era transgressão...bom , já falei muito, se não me calo agora, acabo mastigando, e Thor4 não é alguem que se possa apreciar misturado a saliva aleia...Thor4 tem que ser descoberto constantemente, até por que nunca a geleia foi tão geral...ou não...

bom, parafraseando o homem :

"acho engraçado que você tenha falado que essa bad é boa!"


e aos senhores que até hoje passam o ano amarrados em um poste até o carnaval chegar eu digo:

"Adeusão!" 

Angelo Macarius








O ESPELHO MÁGICO ...algumas palavras sobre o pensamento magico imagetico de Jose Angelo Gaiarsa



O ESPELHO MÁGICO
Por Angelo Macarius


    “Reich se esforçava para que Freud enxergar-se que , tudo que ele via no neurótico, era na verdade da estrutura social”


     Norman O. Brown, ao analisar o pensamento de Freud em seu livro “Vida contra morte”, afirma que o mundo e a linguagem do ilustríssimo objeto de análise são estranhos.Constata que se trata de um mundo doente do qual todos fazemos parte.Freud acreditava que a sociedade reprime o individuo e o individuo reprime a si próprio, criando um universo de tensão individual e coletiva que tem origem em um desejo insatisfeito, um desejo primitivo que tenta saltar do inconsciente para o consciente.Eis a formula do mal comum a todos.A neurose.Buscamos a felicidade e jamais alcançamos em sua plenitude, ficamos satisfeitos com o limite aceito pela sociedade!O.Brown analisa, disseca , corrobora e questiona toda a linguagem paradoxal da psicologia.Porem , O.Brown acaba por constatar que a psicologia está destinada a algo que nem mesmo Freud estava ciente.E´ necessário sublimar os opostos , o ego e o id, na linguagem daquele que O.brow chama de ancestral histórico, corpo e alma ...Procuramos o Shaman , aquele que santificou a loucura e foi alem da sanidade, tentamos arduamente adaptar o primitivo a modernidade urbana e tecnológica.
   José Ângelo Gaiarsa, psicanalista brasileiro , vai mas alem.O psicanalista diz que Freud ,Reich e Yung não conheceram a atual civilização que teve inicio com a era do radio.Gayarsa estudou profundamente Freud e Yung , e ao fim de 10 anos acabou se enfastiando pela repetição e pelo fato de não ter encontrado referencias ao corpo.Quando conheceu Reich e sua teoria de que a analise só pode ser completa com a observação das reações corporais do individuo , Gaiarsa se encantou, pois nas palavras do mesmo:


“Freud negligenciava a relação visual com seus pacientes.Reich começou a falar com o camarada...observando suas reações corporais.Percebeu então que o inconsciente do qual Reich falava , era inconsciente pra pessoa e não para quem observava”




  Desde então o foco da linguagem corporal analisada por Giarsa tornou-se a cara.Diferente da psicologia usual, Gaiarsa não ´só analisa oque foi dito pelo paciente, mas com que expressão e atitude foi dito. Gaiarsa julgava a visão da dependência infantil de Freud como a base do caráter autoritário da sociedade.Enquanto Freud se preocupava com as estruturas psíquicas de maneira a materializar a mente , e Yung se preocupava com as estruturas arquetípicas espiritualizando a mente, Gaiarsa propõe , assim como Reich, a queda do pensamento desagregador de mente e espírito.Gaiarsa atacava a dicotomia, afirmando ser as duas coisas expressões da mesma coisa.



  Mas é a cara do individuo que mas interessa o psicanalista, essa que constantemente olhamos e não vemos no espelho.Em seu livro “O espelho mágico” , Gaiarsa afirma que a cara do individuo vê no espelho , é aquela que ele quer ver , sendo o outro mas propicio a conhecer o rosto alheio doque o dele mesmo e vice versa. O corpo fala , basta olharmos bem!Para o bom observador todo mundo está nu , sendo-lhe possível saber quem e porque é o individuo , que tipo de repressão sofreu e a que tipo de comportamento rebelde ou submisso essa repressão o levou!A esse conjunto de reações corporais que vai dês da postura aos pequenos gestos , Reich chamou de “couraça muscular do caráter"...É a nossa mascara e armadura social, nossa defesa e refugio...é a tensão que se mantem no corpo culminando naquilo que gostaríamos que o outro visse!



  De nos mesmos temos pouco, e o muito que nos foi dado pelo fenômeno chamado identificação, nos leva ao desprezo pelo corpo , ao esforço Maximo por adornar a periferia para não vermos aqui fora o espelho do que existe dentro.



Quando lemos o outro, quando vemos que oque a boca diz não é oque o corpo fala , costumasmente enxergamos um em detrimento do outro, tamanha a nossa alienação...


  Não há recíproca de entendimento porque, quanto mas entendemos o outro menos conciliáveis se tornam as contradições.Estamos sempre prontos a compensar oque vemos com os dados fornecidos pela pertinência de nossa educação e postura diante da sociedade.Maquiamos as deformações que percebemos e engolimos a seco.Sempre estamos prontos a negar oque vemos...


  Já dizia Hittler , “ As massas são estúpidas, precisam de alguém para guia-las” e tendo o mesmo provado na pratica oque disse, levando toda a Alemanha a apoiar um genocídio de proporções dantescas, há de se concluir que essa relação de estranhamento se dá a nível macro e micro!Estamos sempre prontos a reconhecer a beleza do outro, a feiúra do outro, o sucesso do outro, o fracasso do outro, mas sempre encaramos as nossas próprias questões como se fossem passagens da vida de outrem!Vemos com muita clareza o lixo do outro , mas a sujeira de nossos próprios porões nos é obscura!.

Gaiarsa aponta a doença, e propõe o tratamento.É preciso erotisar a sociedade e assumir o corpo.



É necessário e urgente abolir os uniformes e a uniformidade.





É necessário romper com as noções de bem e mal vigentes.



Temos que assumir a metade rejeitada...



"...Morro de desespero quando vejo na TV e/ou em coversas, a sexualidade tratada como um problema simples  que basta "explicar" para que as pessoas resolvam todos os seus problemas e temores.
Para mim, o pior que pode acontecer com a sexualidade é a sua 
                                              BANALIZAÇÃO
É algo assim como tratar um LEÃO como se ele fosse um cachorinho.A banalização da sexualidade é a maior defesa que usamos- coletivamente- contra ELA.É sexo ,ora!E admitem todos que não é preciso dizer mas nada.Que é oque se pretende des do começo.Não mas maldito, APENAS INSIGNIFICANTE. Uma coisa simples e facil que a gente faz e esquece- como comer, dormir, respirar, andar, dormir...
      Enquanto não se aceitar oque o SEXO É-NA EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE-A RAIZ DO AMOR E DA SALVAÇÃO - da RELAÇÃO entre as pessoas-Estamos continuamente ameaçados pela BOMBA..."
Fragmento de "A familia que se fala e a familia que se sofre" de Jose Angelo Giarsa  







Angelo Macarius


O NU DESCENDO A ESCADA


O nu descendo a escada




Por Ângelo Macarius



Definitivamente, as percepções que assaltam os sentidos quando estamos diante de uma “obra” de Marcel Duchamp, mestre da “ante obra”, não são as mesmas que teríamos frente a “Mulher com flor” de Picasso ou qualquer outra obra de Van Eick.Mesmo na obra “O nu descendo a escada”, obra essa que dividiu opiniões , foi rejeitada na Franca e acolhida em Nova York , percebe se o descaso aos movimentos artísticos..É como um momento de contemplação estética frente ao oceano...parece que as ondas tentam comunicar alguma coisa , coisa essa que por ser legível apenas aos sentidos , não se sabe bem oque é...O nu descendo a escada como qualquer outro trabalho de Duchamp , jamais seria gerador de unanimidade. As percepções de individuo para individuo tendem a ser idiossincráticas e só uma , apenas uma leitura poderá ser feita por vários indivíduos sensíveis.A de que , ali, há movimento.A paleta quase que absolutamente monocromática, a sugestiva figura que pouco tem de humana e muito tem de mecânica se locomove numa mistura de frenesi e calmaria,quase que indefinível em seu movimento de nenhum lugar para lugar algum...É como um raikai ou um poema hindu , aonde o mas importante se encontra naquilo que não foi dito , naquilo que nos advém da profunda reflexão em busca de um significado que poderá ser vislumbrado apenas no silencio daquilo que os budistas chamam de “não mente”...As ondas do mar...O movimento perpetuo que a uns inspira violência , a outros , calmaria e serenidade...

O que Duchamp parece propor é um momento de introspecção e de profunda entrega. É como se a obra não fizesse a mínima questão de se explicar...Ela própria busca uma identidade e a procura no olhar do apreciador...Para onde vai esta figura?Aonde daria a suposta escada?Talvez não haja para onde ir , talvez o único lugar possível , seria aquele que pretende romper com todo padrão fossilizado.

Acredito com toda pureza d’alma , que o oriente e o ocidente não são separados só geograficamente.Acredito que exista uma separação psicológica entre oriente e ocidente.Um Heráclito com sua fluência não pode ser classificado como ocidental tanto quanto Aristóteles ou “Cartesius” (Descartes).Talvez Duchamp tenha tido uma mente oriental...A mente oriental é como as redundantes reticências que insisto em empregar nesse texto...ela tenta comunicar mas do que dizer.Pode parecer absurdo, mas existe uma diferença entre dizer e comunicar.A comunicação pode se utilizar de inúmeras vias, um sorriso pode as vezes comunicar mas do que uma frase a respeito da afetividade, porque para o sorriso não existe a barreira do expediente das palavras, ele pode inundar o ser do receptor e o trasbordar do receptor pode inundar o ser do emissor... O nu descendo a escada comunica mas do que diz.Eu percebo nele uma necessidade de dizer o quanto nossa sociedade , ainda quando se ouvia os sussurros do mundo moderno que havia chegado, se tornou mecanicista, materialista e desprovida de algo sagrado, algo que nos torna maior do que o animal dito irracional, não por que somos mais habilidosos do que eles , mas porque buscamos isso mesmo a nível inconsciente , o que nos torna menor do que os referidos animais porque , para eles basta sentir...


A obra me comunica o quanto nos tornamos monocromáticos quando separamos espiritualidade de ciência , quando as duas poderiam andar juntas...restou-nos o movimento , movimento esse que nos parece muito propositado mas perde o seu propósito quando lembramos que...A MORTE VEM... Ela nos acompanha desde nossa primeira respiração...É ...dificil analisar uma obra de um artista a quem se atribui o status de grande representante do dadaísmo, representante esse que não se auto proclamou como tal, mas tudo fica muito fácil quando lembramos que a morte vem...E o movimento continua em sua ânsia perpetua de descobrir o mistério por traz dessa vastidão sem fim...E ELA VEM...o movimento...Alguém nasceu nu...um outro nasceu vestido...alguém morreu vestido...um outro morreu nu...alguém não nascido...alguém desceu a escada...Quem?Um borrão...mas quem?...Um nu...mas como?O rei está nu...Oh...Um raio x do monarca?Meu deus ...Deus?Isso faz muito sentido...Isso não faz sentido nenhum...O nu desceu a escada...O nu descendo a escada...SILENCIO...A OnDa acabA(La) dE bAter cOntra o rOcHedO!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

OS CIGANOS

  Queria deixar aqui um pouco da minha historia... Falar sobre ciganos... Sempre me emociona... Meu povo... Escrever sobre isso me deu uma profunda saudade. Já estou a 6 anos longe dos acampamentos . Mas sempre que dá acendo uma fogueira e dançamos em volta.
Ciganos guardiões da LIBERDADE. Espírito essencialmente nômade e livres . Pra nós a vida é uma grande estrada a alma é uma pequena carroça e a Divindade é o Carroceiro.
Em sua maioria, os ciganos são artistas, artesões, dançarinos, cantores. . Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e vagabundos, os ciganos tornaram-se um espelho onde os homens das grandes cidades e de pequenos corações expiaram suas raivas, frustrações e sonhos de liberdade destruídos.
A prática da Quiromancia não é um mero sistema de adivinhação, mas, acima de tudo um inteligente esquema de orientação sobre o corpo, a mente e o espírito; sobre a saúde e o destino.
A família é à base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos grupos. O comando normalmente é exercido pelo homem mais capaz, uma vez que respeitam acima de tudo a inteligência. Este homem é o Kaku e representa a tribo na Krisromani, uma espécie de tribunal cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade, com a função de punir quem transgride a rígida ética cigana. A figura feminina tem sua importância e é comum haver lideranças femininas como as phury-day (matriarca) e a bibi (tias-conselheiras), lembrando que nenhum cigano deixa de consultar as avós, mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte. Cantamos tanto na alegria como na tristeza, pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã. Onde quer que estejam os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e, principalmente por seus hábitos ruidosos. São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade. São tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema.
A MUSICA... A DANÇA... Minha vida. - o ritmo baladi que vem do Egito envolve movimentos com objetos ciganos. Alguns movimentos envolvem lenços, facas e até mesmo garrafas de bebidas nas mãos;
- a Zapaderin, dança secreta das ciganas, que invoca o amor do cigano. A cigana, através da dança invoca espiritualidade a sua força;
- Manouche, Sinti, Kauderashs, todos trazem sua dança e seus belíssimos ritmos que são transformados numa única experiência artística e musical, trazendo do íntimo da mulher a sensualidade, a alegria e a beleza de sua força interior.
Dançamos com alma. Dança nasce no momento em que abrimos os olhos para enfrentar a dura vida de cigano. Desde criança ouvem e dançam - ritmos e sons tradicionais - produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, símbolos, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas dos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas do acampamento.
RoSe CiGaNa

Ser Cigana

Ser cigana é acender uma fogueira no próprio coração,
pra dançar a vida,
com magia,
coragem e paixão..."

Ser Cigana é respeitar a liberdade,
a natureza e acima de tudo a vida
É viver e deixar viver.

É ter a lucidez de saber esperar
É não esgotar todos os recursos.

É preferir morrer com honra,
do que viver desonrada .

É agradecer as pequeninas coisas da vida
É dignificar seus velhos
É glorificar suas crianças .

É respeitar os povos e as coisas que se desconhece
É nunca contestar a Justiça Divina
É acima de tudo amar e respeitar Deus e a Deusa.

Ser Cigana é ser amante das estrelas, e da natureza! É amar cada ser existente... é ser amiga nas dificuldades... é não se prender as coisas sem importância... é ser vivo... é ser livre. Fazer do céu o seu teto... do solo a sua casa, das estrelas suas melhores amigas e confidentes. É ser guerreira... é ser honesta... é ser puro de coração e alma. É ter um querer de dar sem desejar o retorno, querer simplesmente a amizade e o companheirismo. É saber que deste mundo não levamos nada! Mas querendo deixar tudo... todo o seu amor... sua amizade e sua fidelidade. Ser cigano é mostrar que a vida vale muito mais a pena do que imaginamos. É ter a chama de uma fogueira acesa dentro do peito! É ser livre! Sem rumo nem paradeiro.

"O ceu é meu teto, a terra é minha patria e a Liberdade minha religiao"

RoSe CiGaNa

9=0

9=0
"fazer do inalcansavel o unico caminho.Do impronuciavel , unico nome digno de pronuncia.Do silencio , um dialogo.Da profundidade escura do ser , Luz.Do inexplicavel , a suprema experiencia.Do vazio sagrado , um preencher.São esses os meus objetivos vocacionais.O resto é passatempo."Tilopa Mercurio.