terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Indigo Blue...o Sol se põe em marte..."I'm Dreaming of a Blue Sunset--on Mars"

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Curta é pra quem curte...Lucifer Rising - Kenneth Anger (Remaster and Foley) Incredible Sound



Há quem diga que o video clip narrativo nasceu com "thriller" de Michael Jackson...Creio que não, creio que esse curta quase media de Kenneth Anger é uma puta evidencia de que o video clip narrativo era coisa que Anger sacava...e saca... Essa versão conta com um trabalho de engenharia de som de ricardo knupp...o cara remasterizou, adicionou foley e etc...
o engenheiro faz um apelo...
"Please, Could someone show this to Kenneth Anger?"

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http://nonoarcano.blogspot.com/p/curta-e-pra-quem-curte.html

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é natal?

Então é natal?

Aquele que foi por anos referencial Maximo de Divindade, seguido pela Lua e de mas astros celestes, acabou sendo rebaixado pela física clássica, a apenas uma engrenagem da maquina que “compõe o universo...Na ânsia de entender tamanho mistério, os antigos associavam essa personagem de que falo a Deuses...Deuses “solares”...

Não me aterei aos dados historicos, na verdade, minha vontade é registrar aqui um pouco de poesia em homenagem as varias faces solares da mítica mística da antiguidade... 




                              Dies Natalis Invicti Solis
por Angelo Macarius
                                                                               I

                                                                        O credo

 Creio em Sol Pai
Que do céu fecunda a terra
Nos mitos seus filhos os Senhores
Que testemunham que nossos espíritos são santos
Padeceram sob fantasma iniciatico
Suas sombras crucificadas, sua luz exaltada
Conheceram o reino dos vivos e mortos
Foram alem dos céus
Após serem coroados na esfera Solar do Pai
Deixando pegadas aos vivos ou mortos
O templo do espírito santo
É mente e corpo católicos
Comungando com os santos
Até não haver volta para a carne

AMEN

 


II


A quem pertence a casa juliana?
E a casa de Augusto?
De que importa Divino Rei
De que importa andarilho gigante?
Eis tu o conhecedor da mansão celeste
O resto é apenas vaidade ,nada mas
Caneta e tinteiro não rabiscam as casas do Pai





Mas uma volta...
Ao redor do Pai
Sol de muitos filhos
Que a mãe Terra fecunda
Potencia celeste de muitos nomes
Senhor da mítica mística
Depois da cruz celeste
Ressurge ressurrecto,
No vigésimo quinto dia

ANESTI
ANESTI
EM EXTASE
Deuses Solares
Dançam como sombra de tua luz
Falcão infante
Senhor da dança
 Deus dos vinhedos
Filho de Virgo
Vos ofereço humilde ceia
Em homenagem a vossa estada
Nas doze casas do Pai

Sois filhos do Pai
Sou filho do Pai
Estrelas pousadas no seio da Mãe
Sim, estrelas...
Eis a homenagem em taça ornada
Que em minhas mãos tremulam
Transbordando o vinho da compaixão
De minha estrela amada...
Transeuntes estelares seremos
Nessa noite ao Pai Sol dedicada
Transeuntes estelares seremos
Enquanto a lua testemunha calada  

Silencio...
Algo borbulha na chaleira do oculto
O culto se oculta
Lá se vem o Andarilho
Ofuscando a luz lunar
e nossa luz estrelar
Mas uma volta
Ao redor do Pai
Acaba de se iniciar...



"O resto é silencio"





.


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http://www.youtube.com/user/daykomio?feature=mhum

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Procurando por Deus(por Angelo Macarius)








PROCURANDO POR DEUS
(Por Angelo Macarius)


Sai sem adeus sem me despedir
O corpo confuso a alma febril
De certo é incerto o futuro por vir
Eu estarei lá aonde estou a ir


Procurando por Deus
Meu deísmo hindo-europeu
Procurando por Deus
Meu semitismo ateu


Nas minhas entranhas 
Dois lordes se encontram
Começa a batalha 
O bem contra o mal
Sentados em lotus 
Tratam suas feridas
Quando tornam-se um
Algo em mim cicatriza



Procurando por Deus
Meu deísmo hindo-europeu
Procurando por Deus
Meu semitismo ateu

No quarto da ordem
Um quadro a representar
Aquele que o Universo Mantem
Seus olhos me rasgam
E eu vou alem do Mito
De tudo que sacerdotes e eruditos tem dito

Procurando por Deus
Meu deísmo hindo-europeu
Procurando por Deus
Meu semitismo ateu

O SOPRO ARDE EM MIM...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Orficas canções...Valeu!!

   Gostaria de expressar minha gratidão aos presentes no show "Orficas Canções"...Foi duca!

  Deixo aqui registrada também, minha gratidão a galera do "som de Brasilia"

O video com que  "Som de Brasilia" nos brinda!

 

http://www.somdebrasilia.com.br/

sábado, 18 de dezembro de 2010

So this is xsmas

Estamos chegando ao fim de mas um ano...

O nono Arcano vos oferece essas duas pérolas da musica universal...Que cada um neste natal, comemore a permanecia do Pai Sol no espaço sob o arquetipico mas apropriado a cada qual...felicidades para todos no ano que está por vir ...

ABRAXAS!!!



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fragmentos da Canção de Mahamudra

Canção de Mahamudra
Concedida a Naropa por seu mestre Tilopa







Mahamudra está para além das palavras e símbolos,

mas para ti, Naropa, sério e leal,

isto deve ser dito:


O Vácuo não precisa de confiança,

Mahamudra repousa sobre nada.

Sem fazer esforço,

mas permanecendo desprendido e natural,

é possível quebrar o jugo,

ganhando, assim, a Libertação.



Se alguém nada vê quando contempla o espaço,

se com a mente alguém observa a mente,

esse alguém destrói distinções

e alcança o estado de Buddha.


As nuvens que vagueiam pelo céu

não têm raízes, nem lar,

também assim são os pensamentos distintivos

vagando através da mente.

Desde que a mente-eu é vista,

cessa a discriminação.


Formas e cores formam-se no espaço,

mas o espaço não é tingido nem pelo branco, nem pelo preto.

Da mente-eu todas as coisas emergem,

e a mente não é manchada nem por virtude, nem por vícios.


As trevas dos tempos

não podem amortalhar o sol fulgente;

os longos kalpas do samsara

jamais podem esconder a luz brilhante da Mente.


Embora palavras sejam ditas para explicar o Vácuo,

o Vácuo, tal como é, jamais pode ser explicado.

Embora digamos que a Mente é uma luz brilhante,

ela está para além de todas as palavras e símbolos.

Embora a Mente seja vazia em sua essência,

contém e abarca todas as coisas.



Nada faças com o corpo, mas relaxa;

fecha com firmeza a boca e permanece silente;

esvazia a mente e em nada penses.

Como um bambu oco, repousa bem teu corpo.

Sem dar nem tomar, repousa tua mente.

Mahamudra é como a mente que a nada se prende.

Assim praticando alcançarás, em tempo, o estado de Buddha.



Transitório é este mundo;

como fantasmas e sonhos, ele não tem substância alguma.

Renuncia a ele, abandona teus parentes,

corta os laços da luxúria e do ódio,

e medita em bosques e montanhas.


Se, sem esforço,

permaneceres desprendidamente em estado natural,

logo Mahamudra conseguirás,

e obterás a não-obtenção.


Corta a raiz das árvores e as folhas murcharão;

corta a raiz da tua mente e samsara tomba.

A luz de qualquer lâmpada dissipa, num momento,

as trevas de longos kalpas;

a luz forte da mente, num simples lampejo,

queimará o véu da ignorância.


Quem quer que se agarre à mente

não vê a verdade que está além da mente.

Quem quer que lute para praticar o Dharma,

não encontra a verdade que está para além da prática,

A fim de saber o que há além da mente e da prática,

é preciso cortar completamente a raiz da mente,

e ficar despido.

Assim, deves afastar-te de todas as distinções

e permanecer tranqüilo.


Não devemos dar nem receber,

mas permanecer natural, porque Mahamudra

está para além de toda aceitação e rejeição.

Já que alaya não é nascida,

ninguém pode obstruí-la ou manchá-la;

conservando-se na região não-nascida

toda aparência se dissolverá em Dharmata

e o egoísmo e o orgulho se desvanecerão em nada.


A suprema compreensão

transcende tudo isto e tudo aquilo.

A suprema ação

contém grande produtividade sem apego.

A suprema realização

é compreender a imanência sem desejo.


De início, o yogui sente que sua mente

se está despencando como uma cascata;

a meio curso, como o Ganga,

ela flui, lenta e suavemente;

ao fim, é um grande, um vasto oceano,

onde as luzes da mãe e do filho fundem-se numa só.



LILITH






Lilith
por Angelo Macarius



Por que te escondes nas vozes de escaravelhos inaldiveis?
Por que te ocultas no lado da lua que ninguem ve?
Não mas serei orfão...
...
Pois é Lilith a mãe dos malditos
O sorriso de lilith é total
Naturalmente sobre natural
É o reflexo do perigo
indicando que tudo é possivel
Permissivo
O risco é tão lindo
O sorriso de Lilith é faltal
Porque vem do Ser virginal
Beleza e simplicidade
explodindo de sensualidade
É pura vontade
A coisa é toda tão total
Alem do bem e do mal
Alem de palavras Mal ditas
Transe, Amor, coisa e
TAO

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre a poesia...

Sobre a poesia...

Por Angelo Macarius


Gosto de tudo que foi escrito por Torquato Neto e por Leminski, mas passeio muito pouco pela poesia moderna, ou pôs moderna, se é que seja possível definir em que linha imperceptível do tempo se deu a transição de uma para outra...Claro, não incluo no modernismo que aponto figuras como Hermann Hesse ou Nikos Kazantzakis, tão pouco a algumas obras literárias da contra cultura encharcadas de poesia, é do que se convencionalizou como pós moderno que estou tratando aqui...Colocando a coisa em termo mas efetivo, a poesia contemporânea, salvo uns e outros autores que circulam por ai, pouco me agrada ...  Passeio pouco por ai por que vejo em tal poesia uma condição geográfica, uma certa dependência dos concretismos da urbe, uma condição(me valendo de consciente redundância) urbana, pouco pagã, nem um pouco campestre na verdade(redundantemente falando). Há quem pense que a poesia é algo que se contraia junto com algum titulo acadêmico, ou com o mesmo esforço de Alan Poe quando escreveu “O corvo”(levou um ano para escreve lo estudando a métrica detalhadamente), que aliais, é um poema que eu amo, e não é minha pretensão aqui dizer que tal método é invalido, longe disso, mas tampouco invalida Blake , Rilke, ou qualquer outro que como eu, acreditava ou acredita que a poesia vem de esferas invisíveis e insondáveis, e que o grande valor da mesma está em fracassar na comunicação daquilo que é incomunicável, e mesmo assim, indicar uma porta para o invisível...a poesia é como uma doença, quanto maior o vislumbre daquilo que vai alem das convenções, maior o desassossego do poeta, que por vezes se envergonha de assinar sua obra, por que bem sabe que aquilo que escreveu pode muito bem ter sido um presente das musas...Para colocar a coisa dentro de uma perspectiva psicológica, digamos que a obra seja produto de um repentino aceso ao self ...eu prefiro chamar de “Musas” em respeito a tradição grega, fonte da mente ocidental...sim, sou muito mas devotado a poesia que expressa a natureza, tanto aquela que diz respeito a individual, quanto aquela que expressa a a universal...nesses tempos de constante auto afirmação, que a meu ver é fruto de tanto concreto urbano, consumo, apego as aparências, exigências estéticas, culto a personalidades , auto engano a respeito da morte e etc, to mas na onda do movimento romântico alemão do que em qualquer outra onda pós moderna de plástico...o romantismo postulava o retorno ao campo, o mergulho nos mistérios...as mulheres, estas sacerdotisas que servem de porta pra que  todo gênero humano venha a viver neste planeta fazem parte da composição de tais mistérios...Todos os grandes poetas místicos se valem de símbolos que aludem ao feminino, mas isso é uma parte de um grande todo...  se engana  quem pensa que o movimento romântico se ocupava do que se chama corriqueiramente de romance nos dias de hoje...coloco aqui como exemplo o filme "Titanic", sem pretensões criticas, apenas para ilustrar... a coisa ia muito alem...o doutor Fausto sabe do que to falando, o jovem Wherter também, Macario então... e claro, Goethe e Álvares de Azevedo sabem mas ainda...Fui... 

Alveres de Azevedo e Augusto dos Anjos



LIRA DOS VINTE ANOS

Álvares de Azevedo
SONHANDO
Hier, la nuit d’été, que nous prêtait ses voiles,
Était digne de toi, tant elle avait d’étoiles!
V. Hugo
Na praia deserta que a lua branqueia,
Que mimo! que rosa! que filha de Deus!
Tão pálida – ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!
Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A praia é tão longa! E a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma;
De noite – aos serenos – a areia é tão fria,
Tão úmido o vento que os ares perfuma!
És tão doentia!
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor;
Teus seios palpitam – a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
Teu pé tropeçou...
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
E pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou;
Sentou-se na praia; sozinha no chão
A mão regelada no colo pousou!
Que tens, coração,
Que tremes assim?
Cansaste, donzela?
Tem pena de mim!Deitou-se na areia que a vaga molhou,
Imóvel e branca na praia dormia;
Mas nem os seus olhos o sono fechou
E nem o seu colo de neve tremia.
O seio gelou?...
Não durmas assim!
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!
Dormia – na fronte que níveo suar!
Que mão regelada no lânguido peito!
Não era mais alvo seu leito do mar,
Não era mais frio seu gélido leito!
Nem um ressonar!...
Não durmas assim!
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!
Aqui no meu peito vem antes sonhar
Nos longos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aquentar,
Teu colo, essas faces, e a gélida mão...
Não durmas no mar!
Não durmas assim.
Estátua sem vida,
Tem pena de mim!
E a vaga crescia seu corpo banhando,
As cândidas formas movendo de leve!
E eu vi-as suave nas águas boiando
Com soltos cabelos nas roupas de neve!
Nas vagas sonhando
Não durmas assim;
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu!
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do céu!
Nas águas do mar
Não durmas assim!
Não morras, donzela;
Espera por mim!



IDÉIAS ÍNTIMAS
(fragmento)
La chaise où je m’assieds, la natte où je me couche,
La table où je t’écris,......................................................
........................................................................................
Mes gros souliers ferrés, mon bâton, mon chapeau,
Mes livres pêle-mêle entassés sur leur planche,
........................................................................................
De cet espace étroit son tout l’ameublement.
Lamartine, Jocelyn
VI
Junto a meu leito, com as mãos unidas,
Olhos fitos no céu, cabelos soltos,
Pálida sombra de mulher formosa
Entre nuvens azuis pranteia orando.
É um retrato talvez. Naquele seio
Porventura sonhei doiradas noites:
Talvez sonhando desatei sorrindo
Alguma vez nos ombros perfumados
Esses cabelos negros, e em delíquo
Nos lábios dela suspirei tremendo.
Foi-se a minha visão. E resta agora
Aquela vaga sombra na parede
- Fantasma de carvão e pó cerúleo,
Tão vaga, tão extinta e fumarenta
Como de um sonho o recordar incerto.
VII
Em frente do meu leito, em negro quadro,
A minha amante dorme. É uma estampa
De bela adormecida. A rósea face
Parece em visos de um amor lascivo
De fogos vagabundos acender-se...
E com a nívea mão recata o seio...
Oh! quantas vezes, ideal mimoso,
Não encheste minh’alma de ventura,
Quando louco, sedento e arquejante,
Meus tristes lábios imprimi ardentes
No ponto vidro que te guarda o sono!
VIII
O pobre leito meu desfeito ainda
A febre aponta da noturna insônia.
Aqui lânguido a noite debati-me
Em vãos delírios anelando um beijo...E a donzela ideal nos róseos lábios,
No doce berço do moreno seio
Minha vida embalou estremecendo...
Foram sonhos contudo. A minha vida
Se esgota em ilusões. E quando a fada
Que diviniza meu pensar ardente
Um instante em seus braços me descansa
E roça a medo em meus ardentes lábios
Um beijo que de amor me turva os olhos,
Me ateia o sangue, me enlanguesce a fronte,
Um espírito negro me desperta,
O encanto do meu sonho se evapora
E das nuvens de nácar da ventura
Rolo tremendo à solidão da vida!
IX
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
A ventura de uma alma de donzela!
E sem na vida ter sentido nunca
Na suave atração de um róseo corpo
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas
Passam tantas visões sobre meu peito!
Palor de febre meu semblante cobre,
Bate meu coração com tanto fogo!
Um doce nome os lábios meus suspiram,
Um nome de mulher... e vejo lânguida
No véu suave de amorosas sombras
Seminua, abatida, a mão no seio,
Perfumada visão romper a nuvem,
Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Passar delicioso... Que delírios!
Acordo palpitante... inda a procuro;
Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Só o leito deserto, a sala muda!
Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Nunca um raio de luz desses teus olhos?
XII
Aqui sobre esta mesa junto ao leito
Em caixa negra dois retratos guardo.
Não os profanem indiscretas vistas.
Eu beijo-os cada noite: neste exílioVenero-os juntos e os prefiro unidos
- Meu pai e minha mãe. – Se a acaso um dia
Na minha solidão me acharem morto,
Não os abra ninguém. Sobre meu peito
Lancem-os em meu túmulo. Mais doce
Será certo o dormir da noite negra
Tendo no peito essas imagens puras.
XIII
Havia uma outra imagem que seu sonhava
No meu peito na vida e no sepulcro.
Mas ela não o quis... rompeu a tela
Onde eu pintara meus doirados sonhos.
Se posso no viver sonhar com ela,
Essa trança beijar de seus cabelos
E essas violetas inodoras, murchas,
Nos lábios frios compimir chorando,
Não poderei na sepultura, ao menos,
Sua imagem divina Ter no peito.
XIV
Parece que chorei... Sinto na face
Uma perdida lágrima rolando...
Satã leve a tristeza! Olá, meu pajem,
Derrama no meu copo as gotas últimas
Dessa garrafa negra...
Eia! bebamos!
És o sangue do gênio, o puro néctar
Que as almas de poeta diviniza,
O condão que abre o mundo das magias!
Vem, fogoso Cognac! É só contigo
Que sinto-me viver. Inda palpito,
Quando os eflúvios dessas gotas áureas
Filtram no sangue meu correndo vida,
Vibram-me os nervos e as artérias queimam,
Os meus olhos ardentes se escurecem
E no cérebro passam delirosos
Assomos de poesia... Dentre a sombra
Vejo num leito d’oiro a imagem dela
Palpitante, que dorme e que suspira,
Que seus braços me estende...
Eu me esquecia:
Faz-se noite; traz fogo e dois charutos
E na mesa do estudo acende a lâmpada...É ELA! É ELA! É ELA! É ELA!
É ela! é ela! – murmurou tremendo,
E o eco ao longe murmurou – é ela!
Eu a vi minha fada aérea e pura –
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas;
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia, que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!...
Quase caí na rua desmaiado!
Afastei a janela, entrei medroso:
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la... roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido...
Oh! de certo... (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores;
São versos dela... que amanhã de certo
Ela me enviará cheio de flores...
Tremi de febre! Venturosa folha!
Quem pousasse contigo neste seio!
Como Otelo beijando a sua esposa,
Eu beijei-a a tremer de devaneio...
É ela! é ela! – repeti tremendo;
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! meu Deus! era um rol de soupa suja!
Mas se Werther morreu por ver Carlota
Dando pão com manteiga às criancinhas,
Se achou-a assim mais bela – eu mais te adoro
Sonhando-te a lavar as camisinhas!
É ela! é ela! meu amor, minh’alma,
A Laura, a Beatriz que o céu revela...É ela! é ela! – murmurei tremendo,
E o eco ao longe suspirou – é ela!


PSICOLOGIA DE UM VENCIDO




Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E
há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

O CORVO de Edgar Allan Poe Tradução de Fernado Pessoa

      Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de algúem que batia levemente a meus umbrais. "Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
      É só isto, e nada mais."Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais - Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
      Mas sem nome aqui jamais!Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo, "É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
      É só isto, e nada mais".E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, "Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais; Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo, Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais, Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
      Noite, noite e nada mais.A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, E a única palavra dita foi um nome cheio de ais - Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
      Isso só e nada mais.Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. "Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais." Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
      "É o vento, e nada mais."Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais. Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais, Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
      Foi, pousou, e nada mais.E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura Com o solene decoro de seus ares rituais. "Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado, Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
      Disse o corvo, "Nunca mais".Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro, Inda que pouco sentido tivessem palavras tais. Mas deve ser concedido que ninguém terá havido Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais, Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
      Com o nome "Nunca mais".Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto, Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais. Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
      Disse o corvo, "Nunca mais".A alma súbito movida por frase tão bem cabida, "Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais, Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais, E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
      Era este "Nunca mais".Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais, Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
      Com aquele "Nunca mais".Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo À ave que na minha alma cravava os olhos fatais, Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais, Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
      Reclinar-se-á nunca mais!Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. "Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais, O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
      Disse o corvo, "Nunca mais"."Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta! Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais, A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo, A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
      Disse o corvo, "Nunca mais"."Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta! Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais. Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
      Disse o corvo, "Nunca mais"."Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte! Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais! Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
      Disse o corvo, "Nunca mais".E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha, E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
      Libertar-se-á... nunca mais!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Canção simplória sobre o tempo...

Canção simplória sobre o tempo...
 Por Angelo Macarius

Quanto tempo temos ainda pra olhar pro tempo
Em quanto tempo se chega ao silencio
Dilatado ou suprimido na meditação?

Tempo
De que natureza precede ou procede
De que vale tua vida longa ou breve
Como o tempo chega a percepção?

Espaço
De quanto espaço a raça precisa
De quanto recurso a grande mãe precisa
E com o tempo qual é relação?

O tempo
Forja deuses lança idéias ao vento
Arrasta multidões ou as deixa no relento
Da voz a grandes homens e ao charlatão

O tempo
O homem não tem tido respeito ao tempo
Eras se passaram até esse momento
E oque foi aprendido até então?

O Amor
parece dilatar a sensação de tempo
tão subjetivo e improvável como vento
Quem guardou teu lugar em qualquer panteão?

Imagens
São as mesmas dês do principio dos tempos
É a mente ou a conciencia que da lhes rebento?
A IMAGEM DE UM BEBE OU DE UM ANCIÃO?

QUEM É O TEMPO ENTÃO? 


O Ancião dos dias
 William Blake

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Orficas canções...dia 17 , Florida Mall, EPTG , Guará as 20hs

As canções do eremita, de um dos parceiros do eremita, também eremita, e algumas outras canções que se encaixariam perfeitamente no repertório de Orfeu em sua descida ao Tártaro no resgate de sua amada...

domingo, 3 de outubro de 2010

Pior que tá não fica...


Imagem de Kentaro Mori Surupiada do site "Sedentario e Hiperativo"...
Me abstenho de escrever a respeito , a imagem vale mas que 1000 palavras...



quinta-feira, 3 de junho de 2010

Melpomene...Um poema em movimento...SINOPSE

A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio.


Ariano Suassuna




O que acontece quando um poeta se vê separado de sua fonte mística de inspiração?E quando esse mistério reside corpo feminino, palpável, acessível, e ao mesmo tempo transcendente?


Heracles é poeta, compositor e dramaturgo...

Ariadna é poeta e atriz...

Um rival terrível separa o casal, e Heracles desaba no abismo da impotência e da mazela psicológica...

Essa é a historia de um poeta que necessita superar se para ir de encontro a sua musa...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

MELPHOMENE...Noticias de um poema em movimento...

Podes crer...O “Start” foi dado...não direi uma só palavra a respeito da equipe por enquanto...basta saber que são pessoas de competencia extrema...



Agradeço a Paulo Duro por ter me dado a missão de criar um método...



O método inclui Reich, Arthaud, Normann O. Brown, Josê Ângelo Gayarsa ...



E é assim sempre.São sempre as minhas referencias, aquelas cuja a apreciação se deu por livre identificação e escolha, aquelas com as quais andei embaixo do braço, que acabam prevalecendo acima de qualquer outra emprestada pela academia.



E eu agradeço a Paulo Duro, rasgado o véu que me separava do fantasma de Heracles, independente das demandas do “Liceu”, é a ele que devo agradecer por ter proposto tão temerária impreitada...



Mas do que se trata?De um método de direção para o curta “Melphomene”...antes de apresentar o metodo, darei o resumo da opera...



Melphomene é uma metáfora a respeito da solidão do poeta latino.Depois de um período de enfermidade e convalescência, a musa morreu...Aqueles que sofrem da doença “poesia” se encontram sós...A musa morreu nós braços de Orfeu e a lira não mas tocou...e quando voltou a tocar, gemeu...eis a metáfora...



MELPHOMENE...Ora pro nobis...



Heracles é poeta e dramaturgo...Ariadna, atriz e poetisa...



Ariadna parece ter se dissolvido nas personas que interpreta...encarnou tantos egos que não sabe aonde perdeu o seu próprio...



Um perigoso e absolutamente democrático antagonista dos amantes, ameaça separar o casal...



Heracles entra em um declínio psicológico e só pode reaver oque perdeu, reavendo oque perdeu...a musa, o elo com a vida e com a poesia ...



Uma descrição breve e pouco elucidativa...claro, um poema, uma metáfora...



Um pouco do método...



Se me fosse possível batizar a metodologia que pretendo adotar para Melphomene, sem causar espanto, sem que o nome causasse impressão de sofrimento maior do que de desafio, o batizaria de “ferida psicológica”...infelizmente, a metodologia continuará “pagã” por enquanto...
Mas oque seria isso?Bom, pessoas reais tem aquilo que Reich chamava de couraça corporal, por tanto, personagens hão de ter.A visão reichiana aponta a base social do patriarcado como fonte dos distúrbios psíquicos, sendo a couraça resultado de um primeiro momento de interiorização e auto percepção.A couraça resulta do conflito das punções com as exigências externas. A couraça vem acompanhada da rigidez muscular, estando a segunda intimamente ligada ao que Reich chamou de rigidez psíquica.Deixo de me ater a questão reichana e passo agora para um método de direção que embora tenha poucos paralelos com o pensamento reichiano, é fruto do mesmo zeitgeist, do mesmo espírito de época .O método do sr Eisenstein.E é essa a referencia que casa com o método que proponho, salvo o teatro da maldade de Arthaud, que nada tem haver com o roteiro em questão.O método de Eisenstein, longe de ser lúdico, era onírico, caótico, ideográfico, oracular.A própria escadaria de odessa de o encouraçado de potenkain, é um símbolo hierárquico que é marcado pela ausência do soberano, do czar.Mas o exercito vermelho lá esta, o braço armado do estado lá está, por tanto o estadista lá está.O bebe, a “prole” ,desce as escadas.”A PROLE DESCE AS ESCADAS!A mather assassinada na escada, a pátria ,mãe ,“a prole desce as escadas".As conexões são infindas dentro do contexto histórico, social ,psicológico.De certo ,oracular ,tal qual as cartas do taro!Mas aqui não pretendemos nenhum esgotamento do caráter histórico e psicologico.O introdutório é apenas um artifício para expor referencias e reflexões.O resto é a fruição livre que a rigidez psicológica permite.



Bom, mas uma vez, considerações teóricas...Não é hora de nos aprofundarmos no método...pelo menos não fora do Set...nem na sinopse...são noticias jogadas ao vento...da mesma natureza dos velhos boletins...Bravos e urras a Paulo Duro...a proposta dela me botou de face a um abismo...ouvi os sussuros de minha sombra , vi no espelho aquele velho demonio.Cobriu me o rosto tal qual uma persona grega...estou pronto pra me despedir dele...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Apenas uma nova palavra(cena pagã)





Cena pagã


Aquela cena campestre
Aquela cena pagã
Eis tu que ali estava Gaya?
Eis tu que ali estava Nuit?


Aquela taça campestre
Aquela flor pagã
Eis real ou eis maya?
Eis maya ou existes?


Percebo te sagrada
E isso persiste
Alem de tua carne
Alem de tua ossada


Deliciosa fonte rasa
Mergulhei em riste
O raio molhou se de sangue
Em tuas águas sagradas


E´ tua pele ,
Que na minha se funde
De quem é a pele?
A pele se confunde


O sorriso que pede
Vem com furor
Sem malicia...
Sem pudor...


O sorriso intercede
Da rosa a cor
Com malicia...
Sem pudor...


Por todas as curvas
Daquele caminho
Tateando andei
Vinho da melhor uva


Nuit, eis tu ?
Gaya , eis tu?
Shakti , eis tu?
Sita , eis tu?


Ou nenhuma delas
Ou todas elas
Ou uma nova palavra
Apenas Ju...



O resto é silencio

Não há ninguem no alto da montanha
O profundo vazio espera por todos
Silene...
Silencio...
Algo borbulha na chaleira do oculto
Silencio...
A chaleira esta oculta...
oculto...
o culto...
Alguem vem de lá...
Alguem reconhece de cá...
A forma pouco importa...
A forma pouco informa...
Silencio...
Alguem vem de lá
Alguem sobe até o cume da montanha...
O resto é silencio...

9=0

9=0
"fazer do inalcansavel o unico caminho.Do impronuciavel , unico nome digno de pronuncia.Do silencio , um dialogo.Da profundidade escura do ser , Luz.Do inexplicavel , a suprema experiencia.Do vazio sagrado , um preencher.São esses os meus objetivos vocacionais.O resto é passatempo."Tilopa Mercurio.