terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre a poesia...

Sobre a poesia...

Por Angelo Macarius


Gosto de tudo que foi escrito por Torquato Neto e por Leminski, mas passeio muito pouco pela poesia moderna, ou pôs moderna, se é que seja possível definir em que linha imperceptível do tempo se deu a transição de uma para outra...Claro, não incluo no modernismo que aponto figuras como Hermann Hesse ou Nikos Kazantzakis, tão pouco a algumas obras literárias da contra cultura encharcadas de poesia, é do que se convencionalizou como pós moderno que estou tratando aqui...Colocando a coisa em termo mas efetivo, a poesia contemporânea, salvo uns e outros autores que circulam por ai, pouco me agrada ...  Passeio pouco por ai por que vejo em tal poesia uma condição geográfica, uma certa dependência dos concretismos da urbe, uma condição(me valendo de consciente redundância) urbana, pouco pagã, nem um pouco campestre na verdade(redundantemente falando). Há quem pense que a poesia é algo que se contraia junto com algum titulo acadêmico, ou com o mesmo esforço de Alan Poe quando escreveu “O corvo”(levou um ano para escreve lo estudando a métrica detalhadamente), que aliais, é um poema que eu amo, e não é minha pretensão aqui dizer que tal método é invalido, longe disso, mas tampouco invalida Blake , Rilke, ou qualquer outro que como eu, acreditava ou acredita que a poesia vem de esferas invisíveis e insondáveis, e que o grande valor da mesma está em fracassar na comunicação daquilo que é incomunicável, e mesmo assim, indicar uma porta para o invisível...a poesia é como uma doença, quanto maior o vislumbre daquilo que vai alem das convenções, maior o desassossego do poeta, que por vezes se envergonha de assinar sua obra, por que bem sabe que aquilo que escreveu pode muito bem ter sido um presente das musas...Para colocar a coisa dentro de uma perspectiva psicológica, digamos que a obra seja produto de um repentino aceso ao self ...eu prefiro chamar de “Musas” em respeito a tradição grega, fonte da mente ocidental...sim, sou muito mas devotado a poesia que expressa a natureza, tanto aquela que diz respeito a individual, quanto aquela que expressa a a universal...nesses tempos de constante auto afirmação, que a meu ver é fruto de tanto concreto urbano, consumo, apego as aparências, exigências estéticas, culto a personalidades , auto engano a respeito da morte e etc, to mas na onda do movimento romântico alemão do que em qualquer outra onda pós moderna de plástico...o romantismo postulava o retorno ao campo, o mergulho nos mistérios...as mulheres, estas sacerdotisas que servem de porta pra que  todo gênero humano venha a viver neste planeta fazem parte da composição de tais mistérios...Todos os grandes poetas místicos se valem de símbolos que aludem ao feminino, mas isso é uma parte de um grande todo...  se engana  quem pensa que o movimento romântico se ocupava do que se chama corriqueiramente de romance nos dias de hoje...coloco aqui como exemplo o filme "Titanic", sem pretensões criticas, apenas para ilustrar... a coisa ia muito alem...o doutor Fausto sabe do que to falando, o jovem Wherter também, Macario então... e claro, Goethe e Álvares de Azevedo sabem mas ainda...Fui... 

Um comentário:

  1. Direto na ponta da faca...liberta a tua pena poeta e enche de satisfação os olhos dos teus leitores...Angelo Macarius meu poeta preferido...
    :)Amor ,I love you.

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"fazer do inalcansavel o unico caminho.Do impronuciavel , unico nome digno de pronuncia.Do silencio , um dialogo.Da profundidade escura do ser , Luz.Do inexplicavel , a suprema experiencia.Do vazio sagrado , um preencher.São esses os meus objetivos vocacionais.O resto é passatempo."Tilopa Mercurio.